Os discípulos missionários não tinham nada a temer, porque o Senhor que foi arrebatado ao céu e sentou – se à direita de Deus estava com eles em sua pregação, como consta no versículo 20: “Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam”.

Jesus se manifestou aos seus discípulos. Nota-se que no momento em que os discípulos recebem o envio missionário e testemunham Jesus subindo aos céus, não há mais medo, não há mais descrença, não há mais insegurança.

Logo depois, eles entram no cenáculo para fazer um “retiro espiritual”, clamar pelo cumprimento da promessa e esperar o Espírito Santo. Fazem isso com espírito de oração e imbuídos de muito alegria.

De fato, a Igreja primitiva após fazer a experiência com Jesus ressuscitado, testemunha sua ação missionária saindo para pregar em toda a parte.

Conosco não pode ser diferente. Se de fato fizermos uma experiência com Jesus ressuscitado não iremos ficar parados em nós mesmos, em nossos medos e limitações. Pelo contrário, iremos sair por todo mundo pregando o Evangelho. Amém!

Fogo na Alma!
Eduardo Badu

Os santos são professores e exemplos de uma vida em santidade

Além de um exemplo de seguimento ao Cristo, os santos nos deixaram verdadeiros mapas para guiar-nos até a santidade plena.

O bom senso nos diz que, a melhor maneira de se aprender a cozinhar é com um grande cozinheiro. Quer saber trabalhar com madeira? Tenha como professor um bom marceneiro. Quer ser santo? Aprenda com aqueles que “tendo ensinado a muitos o caminho da justiça, resplandecerão como as estrelas eternamente” (Dn 12, 3).

Aqueles que desenvolveram a Ciência dos Santos têm, em primeiro lugar, o desejo de que nos santifiquemos e alcancemos a eterna glória, da qual eles mesmos já são participantes. Para isso, nos iluminam, intercedem por nós junto a Deus, e deixaram na terra vários testemunhos práticos os quais devemos conhecer e seguir.

Olhe com atenção para toda a vida dos santos

Infelizmente, tendemos a olhar para os santos em seu estado último de santidade reconhecida e desanimar. Assim, entre os milagres que realizaram; a conduta perfeita que tinham; o seguimento exato do Evangelho que praticavam e a nossa vida atual, abre-se um imenso abismo. Eles permanecem no altar e nós abaixo, muito abaixo deles.

Vale a pena conhecer mais de perto os relatos da vida deles, para ver como eles trilharam o caminho da perfeição espiritual, como venceram cada etapa e, para o propósito específico desta série de artigos, o que eles nos ensinam sobre o caminho de santidade.

É consolador saber que o padroeiro das missões, São Francisco Xavier, antes de ser santo, só queria levar uma vida de honra e prestígios humanos em Paris e se incomodava profundamente toda vez que, (São) Inácio de Loyola, lhe citava a Palavra do Senhor: “de que se aproveitará o homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a própria alma” (Mc 8, 36). Ficava tão incomodado a ponto de reclamar da presença de Inácio, e procurar evitá-lo sempre que possível.

Santa Teresinha relata como teve de vencer sua sensibilidade excessiva e seu histórico de filha mimada; Santa Elisabeth da Trindade conta como foi obrigada a controlar seu temperamento explosivo, se queria realmente amar a Deus com todas as suas forças. Esforços humanos e ascéticos para se desenvolverem na santidade.

Os Santos no Caminho Espiritual

Se o conhecimento da vida dos santos nos permitem seguir suas pegadas (Ct 1, 8) rumo à aantidade e escolher (ou ser escolhidos) por aqueles que nós nos assemelhamos em caráter e dificuldades, alguns de seus escritos construíram verdadeiras estradas pavimentadas para se alcançar a Deus. Sobre esses retornaremos inúmeras vezes nesta série “Caminho Espiritual e as Moradas“, e utilizaremos seus ensinamentos sistematicamente.

Santa Teresa de Jesus, no seu livro “Castelo Interior ou Moradas”, estabeleceu o caminho da conversão até a plena união com Deus em sete níveis ou moradas e, conseguiu dar toda a dimensão do caminho de santidade, comparando a nossa alma com um castelo. Assim, se a Teologia Ascético-Mística já havia definido que existiam duas grandes etapas: uma primeira etapa ascética e uma segunda etapa mística, com Santa Teresa, ficou claro em quantas “moradas” se compõem nossa vida espiritual e as três primeiras moradas pertencem a etapa ascética, e a partir da quarta morada inicia-se a etapa mística.

Não podemos deixar de citar o importantíssimo trabalho dos padres e teólogos (majoritariamente dominicanos) do início do século XX, que conseguiram reunir e relacionar toda a tradição dos diversos caminhos de santidade com a teologia de Santo Tomás de Aquino e a obra dos místicos carmelitas. São eles: Reginald Garrigou-Lagrange, Antonio Royo-Marin, Juan Arintero, Adolphe Tanquerey, etc.; várias de suas obras são publicadas ainda hoje e, também, nos ajudarão a construir esse mapa para a santidade.

Assim, utilizaremos o Castelo Interior como a base que nos dá a dimensão de cada morada, ou seja, de cada etapa da vida espiritual, mas várias outras experiências-metáforas serão utilizadas para o pleno entendimento de cada morada, e também, para que possamos compreender o caminho que nos leva à plena união com Deus. Mais do que um convite a compreender, trata-se de um convite para se viver em plena santidade.

Aos que já se decidiram por chegar ao cume da perfeição, com o sustento da graça de Deus, convido para esperar ativamente o próximo artigo onde entraremos no “Castelo Interior da Alma ou Moradas”. Ativamente pois, ao se dirigir Àquele que é três vezes Santo, só caminham verdadeiramente os que se decidiram a abandonar de vez o pecado e todas as suas manifestações. Assim, prepare-se fazendo um excelente e completo exame de consciência, frequente com eficácia o Sacramento da Penitência. Desse modo, quando menos esperarmos, já estaremos indo ao encontro do Senhor do Castelo.

 

Canção Nova

Neste 25 de abril, feriado da “Libertação” na Itália, o Papa Francisco acolheu milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral. Num típico dia primaveril em Roma, o Pontífice prosseguiu seu ciclo de catequese sobre o Batismo, falando hoje sobre “A força de vencer o mal”.

A beleza da oração

“Não vamos à fonte batismal sozinhos”, explicou o Papa, mas acompanhados pela oração de toda a Igreja, como indica a invocação dos Santos que precede a oração do exorcismo e a unção com o óleo dos catecúmenos.

São gestos que, desde a antiguidade, certificam, a quantos estão para renascer como filhos de Deus, de que a oração da Igreja os assiste na luta contra o mal, ajudando-os a libertar-se do poder do pecado para passar ao reino da graça divina.

“A Igreja reza e reza por todos. É belo rezar pelos outros. Pedir por quem se encontra na necessidade, por quem não tem fé. A oração da Igreja está sempre em ato, devemos rezar por todo o povo de Deus e por quem necessita de oração”, disse Francisco.

Fórmula mágica

Por isso, o caminho dos catecúmenos adultos é marcado por repetidos exorcismos pronunciados pelo sacerdote: são orações que invocam a libertação de tudo o que os separa de Cristo e impede a sua união íntima com Ele. E, no caso do Batismo de crianças, pede-se a Deus que as liberte do pecado original e as consagre como habitação do Espírito Santo.

“Não se trata, porém, de uma fórmula mágica, mas é um dom do Espírito Santo que habilita, quem o recebe, a lutar contra o espírito do mal acreditando que Deus enviou o seu Filho ao mundo para destruir o poder de satanás e transferir o homem liberto das trevas para o seu reino de luz infinita”, explicou o Pontífice.

Por experiência, sabe-se que a vida cristã é um combate sem fim contra o mal, pois estamos sempre sujeitos à tentação de nos separar de Deus e da sua vontade, para recair nos laços das seduções mundanas. “O Batismo nos dá força para esta luta cotidiana”, reiterou o Papa.

Não estamos sós

Além da oração de exorcismo, temos a unção no peito com o óleo dos catecúmenos, como sinal de salvação que significa que a força de Cristo Salvador nos fortalece para lutar contra o mal e vencê-lo.

“É cansativo combater contra o mal, fugir de seus enganos, recuperar as forças depois de uma luta exaustiva, mas devemos saber que toda a vida cristã é um combate. Mas, nesta luta, nunca estamos sozinhos!”, encorajou o Papa.

A Igreja reza pelos seus filhos regenerados no Batismo para que não sucumbam às ciladas do maligno, mas as vençam com a força do Senhor ressuscitado, que derrotou o demônio. E assim também nós podemos repetir com a fé de São Paulo: «De tudo sou capaz Naquele que me dá força». “Todos nós podemos vencer, mas com a força que vem de Jesus”, concluiu o Papa.

 

Radio Vaticano