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“Conscientes de terem sido escolhidos entre os homens e postos ao serviço dos homens nas coisas que são de Deus, realizem com verdadeira caridade e alegria constante a obra sacerdotal de Cristo, unicamente intentos a agradar a Deus e não a vocês mesmos ou aos homens, por outros interesses. Somente serviço a Deus, para o bem do Santo povo fiel de Deus.”

Foi a exortação do Papa Francisco aos dezesseis novos sacerdotes por ele ordenados na Basílica de São Pedro na missa deste IV Domingo da Páscoa, também conhecido como Domingo do “Bom Pastor”, ocasião em que a Igreja celebra o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

Em sua homilia, na qual apresentou aos novos presbíteros o significado, importância e implicações do novo ministério ao qual foram chamados, Francisco os exortou a não se cansarem de ser misericordiosos.

Distribuam a todos a Palavra de Deus que vocês mesmos receberam com alegria. Meditando na lei do Senhor, procurem crer o que ler, ensinar o que crer e viver o que ensinam, frisou o Pontífice, fazendo uma premente exortação:

“O ensino de vocês seja alimento para o povo de Deus, alegria e sustento aos fiéis de Cristo, o perfume de suas vidas. E com a palavra edifiquem a Casa de Deus que é a Igreja. Exercerão também, em Cristo, o múnus de santificar. Pelo ministério de vocês se realiza plenamente o sacrifício espiritual dos fiéis, unido ao sacrifício de Cristo, que, juntamente com eles, é oferecido por suas mãos sobre o altar, de modo sacramental, na celebração dos santos mistérios.”

Tomem, pois, consciência do que fazem, imitem o que realizam. Celebrando o mistério da morte e da ressurreição do Senhor, esforcem-se por fazer morrer em vocês todo o mal e por caminhar na vida nova. Com o Batismo vocês acrescentarão novos fiéis para o Povo de Deus. Com o Sacramento da Penitência perdoarão os pecados em nome de Cristo e da Igreja, continuou o Santo Padre acrescentando ao texto da homilia mais uma exortação aos novos sacerdotes:

“Por favor, não se cansem de ser misericordiosos. Pensem nos pecados de vocês, nas misérias de vocês que Jesus perdoa. Sejam misericordiosos. Com o óleo santo darão alívio aos enfermos. Celebrando os ritos sagrados e oferecendo nas várias horas do dia a oração de louvor com ações de graças e súplicas, serão voz do Povo de Deus e de toda a humanidade.”

Por fim, participando da missão de Cristo, Cabeça e Pastor, em comunhão filial com o Bispo de vocês, procurem congregar os fiéis numa só família, a fim de poder conduzi-la a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, disse ainda o Papa Francisco antes de fazer sua última recomendação:

“Tenham sempre diante dos olhos o exemplo do Bom Pastor, que não veio para ser servido, mas para servir e para buscar e salvar o que estava perdido.”

Dos dezesseis novos presbíteros, seis deles foram formados no Colégio diocesano Redemptoris Mater, cinco estudaram no Seminário Romano Maior, quatro pertencem à Família dos Discípulos e um à Pequena Obra da Divina Providência (Don Orione) e fez seu percurso formativo na Paróquia romana de Todos os Santos. Onze dos novos presbíteros pertencem à Diocese de Roma.

Este domingo do “Bom Pastor” é também o 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

Radio Vaticano

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“Na vida cristã há um só obstáculo relevante diante de cada um de nós: o medo. Mas podemos superá-lo com o amor, a oração e o bom humor. Desse modo espero que não tenham medo das dificuldades e das provações e da luta incessante contra o pecado.” Foi o que disse o Papa Francisco aos seminaristas da Comunidade do Venerável Colégio Inglês de Roma, recebidos em audiência na manhã deste sábado (22/04), na Sala do Consistório, no Vaticano (um grupo de 50 pessoas).

Superar os medos

“Encorajo-os a não terem medo de si mesmos. Tomando o exemplo do celeste Padroeiro de vocês, São Tomás de Cantuária – que não permitiu a seus pecados passados e aos limites humanos de servir a Deus até o fim –, não somente serão capazes de superar os medos de vocês, mas ajudarão também os outros a superar os próprios.”

No início de seu discurso, ao dar as boas-vindas aos superiores e aos alunos do referido Colégio o Santo Padre recordou que este ano se celebram vários aniversários significativos na vida da Igreja na Inglaterra e Gales e disse querer partilhar com eles algumas palavras de encorajamento.

Amor a Deus e amor ao próximo

Sobretudo, disse rezar por eles a fim de que possam crescer aprofundando cada vez mais a relação com o Senhor e a atenção para com os outros, especialmente os mais necessitados. “Amor a Deus e amor ao próximo” – disse – são “o marco da nossa vida”.

Primeiro, o amor a Deus. É bonito ver jovens que se preparam para assumir um compromisso estável com o Senhor que dure para a vida inteira. “Isso é mais difícil para vocês do que foi para mim, por causa da ‘cultura do provisório’ de hoje em dia”, ressaltou Francisco.

A paz e felicidade que somente Jesus pode dar

“Para superar esse desafio, e para ajudá-los a fazer uma autêntica promessa a Deus, é vital durante estes anos de seminário alimentar a vida interior de vocês, aprendendo a fechar a porta de sua cela interior a partir de dentro. Desse modo o serviço de vocês a Deus e à Igreja resultará reforçado e encontrarão aquela paz e felicidade que somente Jesus pode dar”.

Segundo, o amor ao próximo. Como sabem, continuou o Pontífice, “não somos testemunhas de Cristo para o bem de nós mesmos, mas para os outros, em constante serviço. E nós buscamos oferecer este serviço não por um simples sentimento, mas por obediência ao Senhor, que se ajoelha para lavar os pés dos discípulos”.

“Nem mesmo nosso discipulado missionário pode ser vivido no isolamento, mas sempre na colaboração com outros sacerdotes, religiosos e leigos, homens e mulheres.”

“Às vezes é difícil amar o próximo, e é por isso que, a fim de que nosso ministério seja eficaz, temos constantemente necessidade de ‘permanecer centrados, firmes, em Deus que ama e dá força. A partir dessa firmeza interior é possível suportar (os outros) com paciência e constância no bem’.”

Cultivar boas amizades e relações sadias

Por fim, disse ainda, “cultivando as amizades, as boas e sadias relações que os ajudarão no futuro ministério de vocês, estou certo de que reconhecerão seus verdadeiros amigos, que não são simplesmente aqueles que concordam com vocês, mas são dons do Senhor para ajudar-nos a caminhar rumo àquilo que é justo, nobre e bom”.

Com afeto ofereço-lhes esses pensamentos, para encorajar o amor fiel de vocês a Deus e o serviço humilde aos irmãos e às irmãs, concluiu o Papa Francisco.

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