Existe muito serviço na Igreja e espaço para todos que, de coração, desejam servir com humildade

É bem conhecida a passagem da viúva que doa suas moedinhas no templo, fato apontado por Jesus como exemplo, por ter oferecido a Deus tudo o que ela possuía, enquanto os escribas ostentavam os grandes tesouros que ofertavam, mas, na verdade, eram suas sobras (cf. Mc 12, 41 – 44; Lc 21, 1-4). Esse texto é típico de discursos que falam sobre o dízimo, a oferta, etc., mas, tomo a liberdade de chamar à conversa outro aspecto de doação a Deus: a doação do nosso tempo para algum serviço na Igreja.

O serviço a Deus é graça

Servir a Deus traz muitas alegrias, toma tempo, sim, mas o pouco que se dá a Ele é multiplicado demais! Porém, nem todo o mundo entende essa verdade. Quando a gente chama alguém para um serviço na Igreja, em boa parte das vezes, a pessoa já vai logo falando que não tem tempo, que tem o marido, os filhos, a escola, ou que está desempregada. Enfim, coloca tantos empecilhos sem nem parar para analisar o convite.

As pessoas precisam desfazer o preconceito de que, quem serve a Deus deixa de viver e se isola. Nada disso! Quando nós servimos a Deus, a nossa vida muda, mas para melhor. Servir ao Senhor é um ato de humildade, principalmente nos dias de hoje, em que todas as atitudes visam ao lucro.

O serviço a Deus é graça, e quem serve entende que tudo que se tem, vem da gratuidade do Senhor, e nada mais justo do que retribuir em ações que edificam a Sua Igreja.

Não é moeda de troca, mas o serviço fiel ao Senhor nos mostra a fidelidade d’Ele para conosco, porque enquanto cuidamos das coisas d’Ele, vamos percebendo o cuidado d’Ele para com a nossa família e nossa vida.

O serviço voluntário na Igreja, além de gerar muitos benefícios a você e aos demais, também abre muitas portas para você no ambiente profissional e social.

Posso testemunhar que há mais de dez anos sirvo a Deus e nunca fiquei desempregada, ao contrário, o serviço [à Igreja] amplia “e muito” o nosso networking!

Discernimento para servir na igreja

Comece a reparar que, em geral, as pessoas que servem a Deus têm vários outros compromissos e dão conta do recado, enquanto que boa parte de quem está à toa, nunca tem tempo para as coisas de Deus.

Quem serve ao Altíssimo não é melhor do que os outros, mas talvez, faça escolhas mais direcionadas, tenha foco e, portanto, consiga aproveitar melhor as 24 horas do dia em atividades sadias e de resultado.

É claro que, um bocado de discernimento é importante, porque, existem pessoas que pegam tudo que é serviço na Igreja de uma vez só; e provavelmente, não vão dar conta de tudo.

Ressalto também que, a opção pelo servir tem de vir do coração, não só porque alguém o chamou ou porque toda a família e o grupo de amigos fazem, senão, você corre o risco de ficar “posando de gatão”, fazendo muitas coisas só para agradar aos outros.

Só Deus conhece seu coração e o quer feliz; se for para servir que seja de coração.

Outro problema é o povo que aceita servir ao Senhor e esquece a família, a vida social, os estudos, o trabalho. Se esse é o seu caso, sugiro procurar um orientador vocacional: quem sabe sua alma anseia por uma vivência da fé e do serviço em alguma congregação?

Maturidade

Admiro as pessoas com postura madura, que aceitam o que vão conseguir fazer e se negam a assumir coisas para além do seu tempo.

Somos humanos e é preciso maturidade para aceitar que ninguém é insubstituível e que outra pessoa poderá realizar aquilo que momentaneamente você precisou recusar.

Não estou ignorando que a messe é grande e os operários são poucos (cf. Mt 9, 37); mas, se cada cristão assumir um pedacinho da messe, ninguém ficará sobrecarregado.

Existe muito serviço na Igreja e espaço para todos que, de coração, desejam servir com humildade. Se você exerce ou já exerceu algum serviço na Igreja, sabe bem do que estou falando. E se está aí, olhando para o alto, sem nenhum serviço, converse com seu pároco, com o coordenador de seu grupo de oração, com os amigos e veja as possibilidades existentes em sua comunidade para que possa servir.

Talvez, você esteja aí, como a viúva, só com uma “moedinha de tempo”, é esse pouco tempo que pode salvar almas, a partir do seu “SIM”.

Radio Vaticano

Neste dia 3 de abril recordam-se os quatro anos de canonização de José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil.

O Papa Francisco assinou um decreto, servindo-se da chamada “canonização equipolente”, isto é, sem a comprovação de milagre, mas pelo decurso de vida do então beato.

Dias depois, no dia 24, o Papa Francisco presidiu uma missa de ação de graças na Igreja de Santo Inácio de Loyola, no centro de Roma.

Em sua homilia, pronunciada em espanhol, Francisco ressaltou que São José de Anchieta soube comunicar o que ele viu e ouviu do Senhor.

“ Ele, juntamente com Nóbrega, é o primeiro jesuíta que Inácio envia para a América. Um jovem de 19 anos… Era tão grande a alegria que ele sentia, era tão grande o seu júbilo, que fundou uma Nação: lançou os fundamentos culturais de uma Nação em Jesus Cristo. Não estudou teologia, também não estudou filosofia, era um jovem! No entanto, sentiu sobre si mesmo o olhar de Jesus Cristo e deixou-se encher de alegria, escolhendo a luz. Esta foi e é a sua santidade. Ele não teve medo da alegria. ”

 

Radio Vaticano