O AVIVAMENTO ANIMA E REANIMA A IGREJA

Avivamento significa a ação ou efeito de dar vivacidade. Tornar mais vivo. Fazer reviver, renovar, renascer. Dar vida a toda realidade de morte. O avivamento causa um despertamento espiritual naqueles que estão na sonolência, negligentes nas práticas religiosas, mortos espiritualmente.

O avivamento causa um impacto moral e espiritual na vida da Igreja e é capaz de levantar os espiritualmente mortos, chamando – os a viverem uma fé viva em Cristo Jesus e renova a vida interior de cada cristão.

No Livro do Profeta Ezequiel 37, 7-14 nos mostra a mão do Senhor sobre o profeta, na qual foi arrebatado em espírito e colocado no meio de uma planície, que estava coberta de ossos. O Senhor o fez circular em todos os sentidos no meio desses ossos numerosos que jaziam na superfície, ou seja, estavam mortos, inteiramente secos. O Senhor todo poderoso disse ao profeta: “Filho do Homem, poderiam esses ossos retornar à vida?” Senhor Javé, respondeu o profeta: “Só vós o sabeis”.

Essa resposta nos faz concluir que o profeta tinha consciência de que ele não tinha poder algum para levantar mortos e trazê-los a vida e nós precisamos também entender que nada podemos fazer por nós mesmos. O avivamento é obra de Deus, é vontade de Deus pelo Seu Espírito por meio de sua Santa Palavra. Somente o Deus todo poderoso pode realizar um poderoso e genuíno avivamento na face da terra, a nós apenas cabe nos deixar conduzir por Deus, ter sede, amor, vontade de estar em Sua santa presença e o adorar, bem como pedir “Vem Espírito Santo”, pois somente Deus poderá mudar a situação difícil em que vivemos em nossos Estados e no Brasil.

Ezequiel profetizou conforme a ordem do Senhor (cf. Ez 37, 4-6) e os ossos se uniram, formaram sobre eles músculos, nascia neles carnes e uma pele os recobria. Profetizou ao espírito e, por conseguinte, o espírito os penetrou, dando-lhes vida ao ponto de se levantarem sobre seus pés um grande e um imenso exército do Senhor.

Depois o Senhor disse ao profeta: “Filho do homem, esses ossos são toda a raça dos israelitas. Eles dizem: nossos ossos estão secos, nossa esperança está morta; estamos perdidos! Por isso, dirige – lhes o seguinte oráculo: eis o que diz o Senhor Javé: ó meu povo, vou abrir os vossos túmulos; eu vos farei sair deles para vos transportar à terra de Israel. Sabereis, então, que eu é que o Senhor, ó meu povo, quando eu abrir os vossos túmulos e vos fizer sair deles, quando eu colocar em vós o meu espírito para vos fazer voltar à vida e quando vos hei de restabelecer em vossa terra. Sabereis então que sou eu o Senhor, que o disse e o executei – oráculo do Senhor” (Ez 37, 11-14).

Estaríamos enganados em dizer que essa realizada narrada em Ezequiel não é a realidade atual? Poderíamos afirmar que assim como a raça de Israel estava como um vale de ossos secos, não estaríamos também vivendo em um vale de ossos secos? Que se levante os profetas e profetizas dos tempos de hoje para que Deus possa dizer: “Profetiza Filho do Homem, profetiza”!

Precisamos clamar por um poderoso e genuíno avivamento justamente pelo fato de toda a raça de Israel, que somos nós, os Católicos, vive em um vale de ossos secos, não tem mais ânimo, entusiasmo, alegria, ardor missionários, ruptura com o pecado, não há um povo de fé, de esperança, não há arrependimento e conversão sincera, não há pessoas que se humilham em oração diante de Deus, não há quem chore pelos seus pecados e pelos pecados dos outros, bem como não há busca da santidade e vivência da radicalidade do Evangelho.

Por isso, devemos clamar como o profeta Habacuc 3, 2: “Aviva, ó Senhor, a tua obra”. Só Deus pode trazer um poderoso e genuíno avivamento para nossa Igreja e a nossa cidade e nação. Só Deus pode impactar uma Igreja e enchê-la de dons, de bênçãos e de graças. Mas para isso precisamos tomar uma decisão: ser totalmente de Deus, pois Ele precisa encontrar espaço no coração do homem. Deus precisa ser o centro de nossas vidas, de nossa comunidade e de nossas paróquias, pastorais, grupos e movimentos. Deus quer encontrar homens e mulheres que fazem como nos diz a Sagrada Escritura em 2Cr 7, 14 diz: “se meu povo, sobre o qual foi invocado o meu nome, se humilhar. Se procurar a minha face para orar, se renunciar ao seu mau procedimento, ESCUTAREI do alto céu e sanarei sua terra”.

Quando uma Comunidade irrompe em um avivamento, aquela Comunidade atrai os pecadores para Jesus, as pessoas começam a dar testemunhos para seus pais, cônjuges, filhos, amigos de escola e trabalho. Surgirá no interior desta comunidade conversões sinceras, desejo de santidade, fome e sede das Escrituras, busca pela vivência da vocação, ardor missionário, na qual as pessoas sairão em todos os lados anunciando nas Igrejas e nas casas, tal como fazia a Igreja primitiva, a saber: “E todos os dias não cessavam de ensinar e de pregar o Evangelho de Jesus Cristo no templo e pelas casas” (At 5, 42).

Dessa forma, Deus torna novas as coisas velhas gerando um novo poder na pregação do Evangelho e um novo despertamento espiritual e moral na Igreja, que se coloca imediatamente em saída, a fim de que promover a transformação da sociedade em todos os seus aspectos: econômico, político e social.

NECESSITAMOS DE UM NOVO PENTECOSTES​

No livro dos Atos dos Apóstolos destaca a presença de Maria no nascimento da Igreja: “Todos eles perseveraram unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele” (At 1, 14).

Ela, que concebera Jesus por obra do Espírito Santo, portadora do Espírito Santo, era também uma das destinatárias do dom do Espírito Santo em Pentecostes.

Tornava-se, então, testemunha de Jesus (cf. At 1, 8) e dos acontecimentos mais importantes da história da salvação que em seu Filho tem o ponto mais alto.

A partir dali, iluminada pelo Espírito Santo, Maria, a Serva da Trindade, compreenderá tudo o que Jesus ensinara e fizera. “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14, 26), isto é, aquilo que Nossa Senhora, no desenvolvimento da realização da missão, com tanto cuidado, havia guardado em seu coração.

O Evangelista Lucas revela que o Espírito Santo desceu sobre Maria, e a força do Altíssimo a envolveu com sua sombra (cf. Lc 1, 35).  Quando Isabel ouviu a saudação de Maria (a cheia de Graça), a criança em seu ventre estremeceu de alegria e ela ficou cheia do Espírito Santo.

Maria é filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e Esposa do Espírito Santo. Por isso que Ela é considerada ícone da Santíssima Trindade. Mulher conduzida pelo Espírito se fez presente no cenáculo em Pentecostes para mais uma vez recebe – LO.

As Sagradas Escrituras confirmam isso em Atos dos Apóstolos 2, 4 onde diz que “Ficaram todos cheios do Espírito santo” (grifo nosso). Monsenhor Jonas Abib costuma dizer em suas palestras que todos significa todos, ou seja, se Maria estava reunida ela também ficou, novamente, cheia do Espírito Criador.

O Evangelista Lucas também narra no Livro dos Atos dos Apóstolos que, não muito tempo depois de Pentecostes (cf. At 2, 1-4), houve uma espécie de segundo Pentecostes (cf. At 4, 31), em que todos novamente ficaram “cheios do Espírito Santo”, entre eles alguns apóstolos e discípulos que estavam presentes na vinda do Espírito no primeiro Grande Pentecostes.

Dessa forma, podemos concluir que Maria, nascida por obra do Espírito Santo sem pecado original, que teve sua vida envolvida pela força do Altíssimo, que proporcionou com sua visita que Isabel e João Batista ficassem cheios do Espírito, juntamente com os Apóstolos nos ensinam da necessidade de se viver um PERENE PENTECOSTES.

Eu vos pergunto: Se Maria esteve no cenáculo para novamente receber o Espírito Santo e os Apóstolos também, imagine você e eu? Sinto-me impulsionado a dizer que nós precisamos viver um Pentecostes perene, mas para isso precisamos todos os dias voltar ao cenáculo da oração, da partilha, da fraternidade, da obediência, da humildade para sermos batizados no Espírito e no Fogo (cf. Lc 3, 16).

Frei Raniero Cantalamessa destacando os três verbos (VEM, VISITA e ENCHE) que há na primeira estrofe do hino Veni Creator faz a seguinte pergunta: Como pode a Igreja pedir ao Espírito Santo: Vem, visita e enche? Ela não acredita que já recebeu o Espírito Santo em Pentecostes e, depois, para cada indivíduo, no batismo sacramental?

O que significa dizer: Vem! Para alguém que já está presente? Visita! Para quem já se encontra em nosso meio? E Enche! Para quem já está dentro de nós?

Assim, o Frei nos ensina em seu livro “O Canto do Espírito” que a Igreja compreende a necessidade de voltarmos sempre ao cenáculo, pois foi nele que ela nasceu e que precisamos todo momento fazer a experiência do Pentecostes, como Maria e os Apóstolos.

Segundo essa moção o Documento de Aparecida em sua conclusão n. 548, diz: “Não podemos deixar de aproveitar esta hora de graça. Necessitamos de um novo Pentecostes”!

Por isso, convido a todos a se abrirem a ação do Espírito Santoe a elevar aos céus suas mãos e sua voz, clamando: Vem Espírito Santo e renova o meu coração e a face da terra! Visita-me e retira minha alma de toda reclusão do medo, desânimo e solidão! Enche-me de coragem e de força para eu ser testemunha fiel do meu Senhor nos dias de hoje!

Amém!

Eduardo – Badu